sábado, 31 de janeiro de 2009

Sandi Patty Via Dolorosa/The Old Rugged Cross

OUVIR EM SILÊNCIO

JEFERSON E A BANCA

Em 1802, ainda sem computadores, estatísticas e análises de mercado, afirmava Thomas Jefferson:

‘I believe that banking institutions are more dangerous to our liberties than standing armies. If the American people ever allow private banks to control the issue of their currency, first by inflation, then by deflation, the banks and corporations that will grow up around the banks will deprive the people of all property until their children wake-up homeless on the continent their fathers conquered.’

«Acredito que as instituições bancárias são mais perigosas para as nossas liberdades do que o levantamento de exércitos. Se o povo Americano alguma vez permitir que bancos privados controlem a emissão da sua moeda, primeiro pela inflação, e depois pela deflação, os bancos e as empresas que crescerão à roda dos bancos despojarão o povo de toda a propriedade até os seus filhos acordarem sem abrigo no continente que os seus pais conquistaram.»

Por Ernesto Esteves In Blogue "A Ovelha Perdida"

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

THY WORD - MICHAEL W. SMITH & AMY GRANT

"Lâmpada para os meus pés, é a Tua Palavra"

"BRASIL IMPREGNADO DE EVANGÉLICOS"

"Só entre 2000 e 2003, a percentagem de evangélicos naquele país subiu de 15 para 18% e está em crescendo - 17% dos jovens entre os 15 e os 29 anos afirmam-se evangélicos em termos de religião -, ao contrário dos católicos, que vão diminuindo a um ritmo de 1% anual."

"Religião: três quartos dos brasileiros ainda são católicos."

"TODOS OS ANOS HÁ DOIS MILHÕES DE CONVERTICOS. TEMPLOS PROSPERAM."

Discotecas, bares, restaurantes, academias de música e DJ de drum'n'bass gospel, ginásios, agências matrimoniais, milhões de livros e discos vendidos, televisões e rádios, templos que parecem salas de espectáculos, partidos políticos e frentes parlamentares, dízimos e merchandising, as igrejas e cultos evangélicos movimentam anualmente no Brasil à volta de três mil milhões de reais (cerca de mil milhões de euros). Um movimento em franca expansão desde que Edir Macedo e Romildo Soares fundaram a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em 1977, o primeiro dos cultos neopentecostais a aparecer no Brasil. Só entre 2000 e 2003, a percentagem de evangélicos naquele país subiu de 15 para 18% e está em crescendo - 17% dos jovens entre os 15 e os 29 anos afirmam-se evangélicos em termos de religião -, ao contrário dos católicos, que vão diminuindo a um ritmo de 1% anual.

A Igreja Católica brasileira perdeu mais de 15 milhões de fiéis nas últimas décadas, sendo que nove em cada dez desses ex-católicos se tornaram evangélicos, diz um estudo de 2004 do Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (CERIS). Aquele que se autodenomina como o país mais católico do mundo ainda tem 73% de fiéis à doutrina do Vaticano, embora haja cálculos de que em menos de quatro décadas, metade da população seja evangélica.

A discordância dos princípios impostos pelo Vaticano, a sensação de não estar a ser acolhido e a falta de apoio em momentos difíceis são os três factores mais apontados pelos sujeitos do estudo do CERIS para justificarem o abandono do catolicismo. E a sangria parece não ser mais acentuada graças à Renovação Carismática Católica (RCC), o movimento que defende a utilização de alguns dos métodos dos neopentecostais para fazer passar a mensagem aos fiéis - televisão, canções, aeróbica, etc.

A RCC tem no padre cantor Marcelo Rossi o seu líder mais carismático. A imprensa brasileira refere a existência de mais de dez milhões de seguidores e a revista Veja cita um estudo de 2006 onde 30% da população urbana brasileira mostra simpatia por esta corrente. (…)”

Por António Rodrigues In jornal Diário de Notícias, 26, Janeiro, 2009.

Versão Integral do texto. LER AQUI

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

RON KENOLY - MAJESTY

Na Estrada do tempo, a direcção do louvor.

Deus, Fé e Economia

"ÉTICA E RELIGIÃO NA ECONOMIA"
"Haverá contradição entre a fé em Deus e a maximização do lucro? Os crentes em geral respondem: sim (28%), não (68%). Os passos da Bíblia mais citados pelos empresários crentes são: "ama o teu próximo como a ti mesmo", "o Senhor é o meu pastor" e os dez mandamentos."

"Perante o estrondo da crise financeira, que está a chegar, avassaladora, à economia real, há da parte de muitos um enorme apelo à ética e aos valores na finança, na empresa e na economia em geral.

Há vantagens nisso, como diz Josef Wieland, professor de Ética: os valores éticos trazem enormes bens à empresa, como, por exemplo, a segurança jurídica; "a reputação da empresa aumenta e ela acaba por receber os melhores e mais motivados colaboradores". É preciso ter em conta que a corrupção vai recuar e "as regras éticas defendem em todo o mundo os empresários da prisão".

Não é por acaso que são esperados quatro mil participantes no sexto congresso cristão de empresários e gestores, que se realiza em Düsseldorf, Alemanha, de 26 a 28 de Fevereiro próximo, sob o lema Avançar para a Chefia com Valores. Isto não significa de modo nenhum que a ética empresarial seja um exclusivo dos crentes, mas a fé tem de ter influência no mundo dos negócios.

Na Alemanha, 66% dos empresários dizem acreditar pessoalmente em Deus e, segundo impulse, revista para empresários, no seu número de Janeiro, a união de empresários católicos atingiu o número histórico de mais de 1200 membros e, no caso dos empresários protestantes, o número multiplicou-se em poucos anos por dez, sendo agora 600.

Segundo uma sondagem da Forsa, as normas éticas e morais desempenham um grande papel para 50% dos empresários alemães, sendo interessante verificar que essa normas são mais importantes para os empresários protestantes (58%) do que para os católicos (47%). Segundo a mesma sondagem, da fé derivam deveres: responsabilidade pelos trabalhadores (71%), sinceridade, justiça, lealdade (31%), decisões socialmente compatíveis (18%) e há limites morais para o rendimento pessoal: católicos (62%), protestantes (42%), sem confissão religiosa (56%), empresários em geral (52%).

Haverá contradição entre a fé em Deus e a maximização do lucro? Os crentes em geral respondem: sim (28%), não (68%). Os passos da Bíblia mais citados pelos empresários crentes são: "ama o teu próximo como a ti mesmo", "o Senhor é o meu pastor" e os dez mandamentos (...)."

Por Anselmo Borges In jornal Diário de Notícias , 24 Janeiro , 2009

Versão integral do texto. Ler Aqui.

O Dia do Disparate...

"Os melhores do Mundo e os Piores"

“A ninguém ocorre, evidentemente, aludir a um êxito excepcional, mil vezes mais importante do que qualquer prémio, como seja a descida brutal da mortalidade infantil, que colocou Portugal, nesse domínio, num dos primeiros lugares do mundo”.

“(…) No próprio dia em que Cristiano Ronaldo foi ungido do seu título, a RTP oferecia-nos um fantástico debate, dito «Prós e Contras», durante o qual foram pronunciados todos os disparates imagináveis. Na presença, como sempre, de um angélico e extasiado secretário de estado, um conjunto de pessoas serviram-nos os lugares-comuns habituais. Todos podemos fazer igual. Há, em Portugal, génios e talentos de sobra. A ninguém ocorre, evidentemente, aludir a um êxito excepcional, mil vezes mais importante do que qualquer prémio, como seja a descida brutal da mortalidade infantil, que colocou Portugal, nesse domínio, num dos primeiros lugares do mundo. A diferença entre esta vitória e a de Cristiano Ronaldo é que a última é um feito de talento pessoal e de excepção, enquanto a primeira resulta do trabalho de centenas ou milhares de pessoas, de organização, de trabalho meticuloso, de planeamento cuidado e de sacrifício humilde. Este é um feito de muitos médicos e enfermeiros, de paramédicos e condutores de ambulâncias, de analistas e administradores. E, sobretudo, de vários governos, que fizeram o que de melhor deles se espera: deixar trabalhar, não pretender meter-se em tudo e não procurar louros eleitorais.

Durante décadas, Portugal foi um país singular. Distinguia-se dos outros. Pelo analfabetismo, pela pobreza, pela duração de uma ditadura, pela censura, pela polícia política e por outros feitos de igual calibre. Gradualmente, o país foi-se transformando e foi ficando “um país como os outros”. Com cada vez menos “história” que, como terá dito Tolstoi, é o próprio das pessoas felizes. Com bons e maus, excelentes e péssimos. Com estúpidos e inteligentes, como em todo o sítio. Com êxitos e falências, como deve ser. Só se espera que seja sempre assim. Sempre e cada vez mais. Que os portugueses não queiram de novo distinguir-se ! Que ambicionem pelo dia em que, sem Prémio Nobel, a maior parte dos alunos tenham notas decentes a Matemática e Português. Que lutem pelo dia em que um processo no tribunal não dê, durante anos, notícias em todos os jornais do mundo, mas que, simplesmente, chegue à sentença sem ter história. Que trabalhem o necessário para que não tenham os mais baixos rendimentos da Europa. Que sejam habitualmente recompensados ou punidos, quando merecem. Nesse dia, talvez outro Cristiano volte a ganhar. E outros indispensáveis heróis surgirão. Mas o disparate que se seguirá, será bem menor.”

Por António Barreto In jornal Público , 18 Janeiro , 2009

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Michael W Smith - Open the Eyes of My Heart

"Nem sempre só os olhos podem ver". ( Poderia ser o tema de fundo )

As igrejas também morrem...

Qual é a finalidade de uma igreja que não vê no Amor a sua principal fonte de subsistência e desenvolvimento?

Esta parece ser a maior interrogação que Cristo lança à igreja de Éfeso, uma das sete igrejas que receberam as cartas que o livro do Apocalipse regista.

Jesus Cristo apontou, na carta à igreja dos Efésios não menos de onze qualidades das mais importantes que qualquer igreja pode e deve possuir .

Com cerca de quarenta anos de existência quando a carta em Apoclipse lhe foi dirigida, e tendo sido doutrinada e ensinada por grandes servos de Deus, a igreja de Éfeso era um baluarte das igrejas da Ásia Menor, tanto do ponto de vista da ortodoxia cristã, como da força da sua fé e da sua pureza doutrinária. A sua “construção” era sólida. A sua teologia parecia ter força e sustentabilidade para lhe proporcionar longevidade. Era uma igreja zelosa, com padrões morais elevados. Não permitia “zonas cinzentas” na adequação dos principios éticos, morais e doutrinários, face à sua posição no mundo de então, um mundo recheado de paganismo, idolatria, perversidade e miséria humana.

A cidade de Éfeso era farta e rica, como é fácil perceber pela sua importância comercial. As suas ruas eram totalmente calcetadas a mármore. Acreditamos que a igreja, nesse ambiente, tivesse algum desafogo material. No entanto, e face à ausência de amor cristão, que lhe é apontada por Jesus, não podemos ter a certeza de que os seus membros mais pobres fossem atingidos por tal desafogo material nas suas mais elementares necessidades.

Pode uma igreja de Cristo subsistir sem Amor ?

Esta foi a única acusação que Jesus lançou à igreja em Éfeso : “tenho porém contra ti que deixas-te o teu primeiro amor”.

Como igreja cristã do primeiro século, Éfeso era um paradigma para todas as igrejas: organização, trabalho, esforço, dedicação, consistência, persistência, sofrimento, zelo, etc. Apesar disso, Jesus encontrou um motivo fortíssimo para a reprovar, sendo que esse motivo pode ser ( é ) mortal para a igreja de qualquer época, porque o Amor cristão é o “combustível” da fé, missão e esperança. O Amor, na igreja, não pode ser negociável. Sem Amor, o conjunto das suas virtudes, por muitas que elas possam ser, não têm qualquer valor. E Porquê ? Pelas razões que Jesus apontou no evangelho de João (versão livre de minha autoria) : “todos conhecerão que somos igreja de Deus se em nós e nas nossas obras persistir o Amor de Deus”.

O que Éfeso tinha de bom ( e era muita coisa ) não era suficiente para que o Cristo ali mantivesse o “Candelabro”, que simboliza a luz da presença de Deus.

A igreja de Éfeso recebeu um ultimato do Senhor Jesus :

Ou se arrependia e retornava ao Amor que já tinha experimentado, ou deixava de ter a Luz de Deus a iluminá-la!

O papel fundamental da igreja não é ser uma organização filantrópica ou uma agência de eventos . O maior poder da igreja não está em servir (-se) ou defender-se, mas antes em amar, e amar com o mesmo Amor com que Jesus nos amou. Sem isso, Éfeso tornou-se uma igreja de fachada. Tornou-se uma igreja obcecada pela “beleza da sua fé” e ficou cega para o Amor em que essa fé devia assentar.

Possuía uma postura firme contra os falsos mestres, defendia-se dos hereges, era doutrinariamente rígida. Mas deixou-se “seduzir por si própria”. Tornou-se uma “igreja narcísica”. Cheia de bons planos e ideias para se defender das armas dos inimigos e para levar os seus eventos a efeito com sucesso. Gente esforçada e trabalhadora, inatacável desses pontos de vista. Em suma : uma instituição cristã com personalidade vincada e sublinhada pelo serviço. Porém Jesus disse-lhe : “ O AMOR NÃO É NEGOCIÁVEL” . Isto é: o Amor não pode ser trocado por nenhuma boa virtude, ortodoxia rígida e inflexível, doutrina ou dom espiritual, como também referiu, aliás, o apóstolo Paulo na sua primeira epístola aos Coríntios no Cap. 13.

“Deitar fora o bebé com a água do banho”

“Quando uma instituição é jovem, ela é flexível, fluida, disposta a tentar tudo pelo menos uma vez. À medida que envelhece diminuem os riscos que quer assumir. A ousadia abre lugar à rigidez. A criatividade desvanece-se e a capacidade de enfrentar novos desafios e direcções é perdida”. Só a Amor pode mudar isto.

Foi o que aconteceu com a igreja de Éfeso: tornou-se auto-centrada, satisfeita com o seu estatuto “espiritual”, mas que tinha perdido o essencial. Quando uma igreja se distancia do Amor, nenhuma suposta espiritualidade pode compensar essa distância. Se uma igreja enfatiza uma coisa em detrimento de outra; se inclui alguma coisa e exclui outra, então “ela estará certa naquilo que inclui mas errada naquilo que exclui”.

O desejo de Cristo não é obviamente retirar aquilo que a igreja tem de bom, mas antes expurgá-la daquilo que não presta e dar-lhe aquilo de que ela carece.

O que se pode constatar em muitas igrejas do nosso tempo, é que são tão sérias doutrinariamente, tão “seguras” dos seus métodos e atitudes, que se tornam rígidas, frias, distantes e dogmáticas. Numa “igreja” com este perfil, o povo, as pessoas, acabam por ser o menos importante; o que conta é a doutrina, a ortodoxia fria e inflexível, o funcionamento “modelar” a imagem, que quer dar de si própria para o exterior. Uma igreja assim, está permanentemente a ser “lavada” pela ortodoxia vigente, mas depois, ao deitar fora a “água da banho”, corre o sério risco de deitar com ela o “bebé” em Cristo.

“Doutrina sem Amor é legalismo”.

“Amor sem Doutrina é laxismo”

Lutar pela Igreja

“Igreja não é um movimento de massas, igreja é comunhão dos santos. Igreja é comunhão de gente que se ama, que quer ser igual a Jesus, que quer, como comunidade, ser igual à Trindade ao ponto de manifestar entre nós a mesma unidade que existe na Trindade; que reconhece que o Espírito Santo é quem nos comanda , e que o Espírito Santo comanda-nos, atribuindo-nos responsabilidades e dando-nos capacidades, e essas capacidades têm que ser usadas em benefício do próximo. Isso é que é uma comunhão. Agora, se essas marcas são visíveis, se é possível reconhecer isso numa instituição com um nome e endereço conhecidos, ou se isso é observado nas casas das pessoas; se isso está a acontecer nas aldeias, se isso está a acontecer de condomínio em condomínio, etc, não tem problema, desde que as marcas estejam presentes. Se essas marcas não estão presentes, então você pertence a qualquer outra coisa, mas não ao que o Novo Testamento designa como igreja.”

Ariovaldo Ramos

In Blogue Confeitaria Cristã

( adaptado por Jac. Lourenço )

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

UM PRÓDIGO EPIDIANO

"Pequenina, mas insistente, como uma mosca –parafraseando o início de um conto de Albert Camus-, voando num espaço fechado, mantinha-se ainda a imagem do pai na mente do Pródigo.

Um rosto onde a alegria do sol resvalava nas rugas, fatigado e triste, um corpo curvado, avançando a custo, debilmente com a luz da manhã, parecendo querer alcançar o filho que partia. Quando acordou, no dia seguinte, o Pródigo pensou nisso, mas o sol da nova cidade a detalhar a sua sombra na rua desconhecida, mas fervente de uma vida livre, cosmopolita, há muito desejada, fê-lo esquecer o pai e pensar no que haveria de fazer com o dinheiro da herança. Era assim que começaria um conto sobre o Filho Pródigo, não fosse o caso de pretender tão-só pensar no peso que os bens da herança exerceram sobre o jovem e o influenciaram a deixar a casa paterna.

Do ponto de vista social, neste caso parece que o filho mais novo recebeu apenas dinheiro ou bens móveis. Era o que poderia reclamar o filho por lei, ao atingir a maturidade, quer entre os antigos romanos e os sírio-fenícios, como um costume, seguido também pelos judeus.

À parte a teologia evangélica da parábola do Pródigo, para a altura em que Jesus Cristo a contou, e depois a exegese sob o prisma da sotereologia (a doutrina da Salvação), seria uma parábola com um cunho de incontornável modernidade.

Jamais nas relações patriarcais semitas, um filho deveria ter tomado uma decisão tal de afrontamento ao pai, ao patriarca da família, exceptuando aqui, por exemplo, a história de Absalão e David.

Neste aspecto é uma história de ideias. Um filho que tomou uma atitude, por assim dizer, que ficaria entre o Édipo, que lhe era muito anterior, e Freud que viria quase vinte séculos depois.

As rupturas com o progenitor -sobretudo na segunda infância- são do foro do Édipo. Do mal-entendido que Sófocles criou, partindo da lenda, e não da figura mitológica que decifra o enigma lançado pela Esfinge. Como sabemos, na psicanalise é hoje um complexo, o complexo de Édipo. O sentimento que temos perante a atitude do Pródigo é do completo desejo da ausência do pai, embora não da punção criminosa contra o progenitor, como é óbvio.

Não foi esse o objectivo da parábola, nada se nos revela antes do subconsciente, menos ainda do inconsciente do filho pródigo, quanto às razões contra o velho e bondoso Pai. Jesus quer colocar ali a situação universal do homem-criatura de Deus que se revolta contra o Criador. Mas, na verdade, o jovem pródigo «rebela-se» contra o pai, porque este representa os limites, a educação patriarcal, a obediência, as regras e os valores do Lar. O jovem tem uma errada ideia de liberdade. «E, poucos dias depois, o filho mais novo,ajuntando tudo, partiu» (Lc,15,13)

E a ausência do pai proporciona-lhe a realização dessa ideia de ser livre. Em casa, o desfructe da herança, digamos do dinheiro, estava marcado ainda pela presença do pai, na sua consciência representava limitações. Podia usar os bens herdados, mas não o livre arbítrio, a liberdade plena para os gastar. Os olhos do pai estavam em todo o lado, na percepção do filho. Por essa razão partiu.

Era preciso criar um abismo, e o filho pródigo fê-lo, moral e fisicamente. Não vejamos nisso nenhum desespêro sentimental, a comandar esse sentimento de fuga, havia o aspecto utilitário - o como poder gastar o dinheiro, sem embaraços morais. Havia também aqui o que a filosofia designaria por necessidade, isto é, o que deveria ser diferente para a rotina do Pródigo. «Partiu... para uma terra longínqua e ali desperdiçou a sua fazenda, vivendo dissolutamente» (Lc, 15, idem ). Ao invés do irmão mais velho, que sempre serviu o pai, «sem nunca transgredir» (Lc,15,29).

Roland Barthes, filósofo da linguagem francês, escreve sobre as crianças des-socializadas pela pobreza; assim, apreciado a esta luz moderna, o filho pródigo desfamiliarizou-se, todavia ao contrário, pela riqueza, como tantos jovens do nosso tempo, submetidos ao relativismo moral, hedonismo e materialismo."

Por João Tomaz Parreira In Blogue "Papéis na Gaveta"

A ENCOMENDA

Conta-se uma história interessante, passada na África do Sul. Um homem recebeu um aviso dos Correios para levantar uma encomenda. Tratava-se de um pacote, e ele teria que pagar cerca de 4 euros para o levantar. O homem pegou no pacote, abanou-o, tomou-lhe o peso, examinou-o, mas não conseguiu identificar o que tinha dentro, pelo que não quis pagar o serviço. Por essa razão o pacote ficou quinze anos na estação dos Correios. Era frequentemente empurrado de um lado para outro, dentro da estação. Muitas vezes até era usado para apoiar os pés.

Até que um dia o dono do pacote morreu, e o objecto foi então leiloado, mas ninguém queria dar nada por ele, até que alguém resolveu oferecer 5 euros. Ao abrir o pacote… surpresa! Tinha dentro 15 mil dólares.

O que aconteceu com aquele pacote acontece frequentemente com a Bíblia, a Palavra de Deus, que é rejeitada como algo sem valor. Mas há dentro dela uma riqueza de valor infinito: Jesus Cristo - a Vida Eterna. Adquira uma Bíblia e leia-a.

In "Igreja do Jubileu"

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Oração de Guerra

Qual terá sido o teor da oração do soldado Israelita, que aproveitou um intervalo da guerra para se acertar com Deus ? Pouco depois, libertar-se-ia dos paramentos e voltaria a pegar nos obuses apontando-os contra Gaza ! ! Fará sentido, esta cena, capatada pela objectiva do fotógrafo ??!! Não foi captada a foto mas, no mesmo dia, à mesma hora, em Gaza, seguramente, um Palestiniano estava a repetir os gestos intercessores do Israelita . Do Decálogo: Deuterenómio 5:11 Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em väo; porque o SENHOR näo terá por inocente ao que tomar o seu nome em väo. Deuterenómio 5:17 Não matarás.

Sandi Patty - Blessed Assurance

Começar bem mais uma semana de actividade. Relembrar Sandi Patty em momentos de inspiração. Bom início de semana a todos os "Bloguistas".

domingo, 25 de janeiro de 2009

As Igrejas também se abatem...

O Apóstolo e a Bispa que fundaram a igreja Renascer”.

"Estevam e Sonia Hernandes. O casal, que desenvolveu um verdadeiro império em redor da igreja que fundou nos anos de 1980, continua a presidir às orações a partir de Miami. Detidos em Janeiro de 2007 por entrarem nos EUA com dinheiro não declarado, só a partir de Junho terão autorização de saída.”

"A sala do apartamento da família Hernandes, em Vila Olímpia, São Paulo, foi o primeiro templo da igreja Renascer, mas cedo se tornou pequena para acolher tantos fiéis… Versão integral do texto. LER AQUI.

In Diário de Notícias. 24 Janeiro, 2009

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Desde que me conheço como gente, sempre me interessou o fenómeno “religioso”, e não somente o que formata a cultura ocidental, esculpida esta pela tradição Judaico-Cristã e apadrinhada por um leque de ritos sincréticos pagãos de antanho, cujo cruzamento notamos ainda hoje nas práticas litúrgicas de algum catolicismo menos esclarecido ou mais subjugado aos ditames seculares de enraízamentos populares profundos, quantas vezes reveladores de conjugações antropomórficas. Mas o Professor Moisés Espírito Santo, seria capaz de nos explicar tudo isto muito bem explicado e seguramente muito melhor do que eu.

Tal como Lutero, Calvino e outros tantos reformadores, pensei sempre que precisávamos de outra igreja, uma igreja conforme a matriz bíblica, e não de acordo com as “modas” ou “exegeses” de ocasião ditadas por uns quantos “pregadores de banha da cobra”, hoje modernamente cognominados com pomposas designações , como “apóstolo”, “bispo”, etc.

Vá lá saber-se até onde a criatividade é capaz de levar o oportunismo, desfaçatez, e falta de carácter ( ou falta de vergonha, se preferirem ) desta nova classe de “sincretistas” bíblicos que, debaixo de uma capa de de “eminência” espiritual, estão a levar o povo simples de volta a medievais práticas religiosas, mesmo que estas venham agora “embrulhadas” em atractivos e modernos “pacotes evangélicos”.

Já o disse, e volto a repetir: Sou Cristão e, quanto muito, aceito também a designação de “protestante”, porque essa, sim, remete-me para aquilo que é a minha marca identitária e pela qual se bateram também os reformadores: “salvação pela fé”.

É claro que lamentamos a morte de pessoas em qualquer situação em que ocorra, e daqui endereço o meu mais profundo sentimento de pesar pelas vidas ceifadas debaixo do telhado da igreja “Renascer” no Brasil. Mas talvez não fosse má ideia o “apóstolo” e a “bispa”, para além de “orações”, enviarem alguns milhares de dólares, dos que carregaram para os USA, e sabe-se lá mais para onde ( certamente espoliados aos seus fiéis ), para reconstruir as vidas daqueles que foram afectados por esta tragédia e que ficaram vivos. Os que pereceram, quero acreditar que estavam em Cristo. Quem está em Jesus, diz a Palavra de Deus, de modo nenhum será deixado de fora

Hoje, continuo a pensar que , para além de precisarmos de “outra” igreja, precisamos de uma Igreja que nos liberte de homens e mulheres sem carácter: “apóstolos”, “bispos” e “bispas”, ou outra qualquer designação que chamem a si, mesmo que retirada da “nomenclatura bíblica”. Mais do que “a nomenclatura” ou “eminência” que reclamem para si próprios, interessa-me ver o Amor de Deus e a Paixão de Cristo nas suas vidas. Sou Cristão, Protestante.

O étimo “evangélico”, pode, hoje, ter tantos significados, que, para não me deixar embaraçar pelas suas traiçoeiras subtilezas, afirmo aqui e agora: NÂO SOU EVANGÉLICO!! Sou Cristão, Protestante, Filho de Deus, Salvo pela Fé em Cristo Jesus. Só Isso!

J.L.